sexta-feira, 17 de maio de 2013



Tinha ideias em vender um pequeno espaço com cerca de um hectare. Uma casinha localizada numa aldeia perto de chaves a cidade pacata onde vivo. Já tinha colocado a placa: Vendo, mas de repente, o som das águas que correm no rio Tâmega fizeram-me parar e, fiquei fixa no som e na beleza que abrangia toda a minha vista. Por todas as janelas eu olho os montes, as montanhas e o rio que corta estes vales num som enriquecido de um verde, de um frio, de um som únicos jamais lembrados na minha memória. A casa é rodeada de plantas, flores e árvores que enriquecem de maravilhas este local. Ao longe, ainda avisto as montanhas de Espanha que se juntam às de Portugal alinham em contrastes de maravilha. Simplesmente belo. Pensei e pensei. Retirei a placa de venda. Não podia desfazer-me de tanta beleza.


Vai a caminho de um ano que alguém me deu de herança este pequeno espaço. A casinha é uma casinha rural pequena, mas muito acolhedora. Arranjei-a ao meu jeito e passei a vir para cá aos fins-de-semana. Aqui tenho encontrado muita tranquilidade, paz de espirito e alguma alegria. A queda de água do rio Tâmega faz entoar uma melodia que se assemelha ao cantar dos pássaros e traz ao meu coração triste o sonho lindo da primavera e traz-me à razão. A razão da vida. A primavera florida, vestida de todas as cores; Este sítio traz-me à memória todos os contrastes, todas as cores já tão gastas no tempo. Chamo-lhe! O meu jardim secreto, onde me refugio, me recupero me rejuvenesço me extasio, liberto as minhas tristezas, apaziguo a minha dor, renovo o meu sorriso, “falo com Deus quase o sinto” Tudo relembro. Tudo revivo. Aqui tudo é profundo. Tudo é belo. Esta foi a grande dádiva, a generosidade de uma grande alma.


Quero desfraldar um canto de amor

Partilho contigo e com as estrelas

O meu jardim secreto

Arranco do meu peito a dor

E, escrevo o teu nome nas telas

Do painel da vida. Nas tuas mãos as minhas mãos aperto.

No meu jardim os teus sorrisos vivem

Na casa e no seu aconchego e até nas janelas

De onde alcanço tamanha beleza

Transmito para ti tudo o que os meus olhos dizem

Escrevo o teu nome nas estrelas

Extasio-me leve leveza.

Em movimento a vida ilumina

A sombra ficou transparente

Há a noite e há o dia

Para ti o meu sorriso. Sempre

.
(Dedicado à minha amada filha)


 
Escrito por: Angelina Alves

sábado, 4 de maio de 2013



O olhar dourado da tua infância

A perfeita sintonia das quatro estações do ano

Eram para mim a certeza que tu eras a mais bela

A mais bela filha que uma mãe poderia ter

Eras doce, inteligente, lutadora e dinâmica

Contagiavas com um sorriso lindo: Eu amo

Amo tudo o que tu foste nesta abençoada terra

E, amo-te sempre, embora não mais te possa ver.

Escrevo para ti minha prosa de grãos de terra na mão

Tu foste a minha vida a minha razão mais sublime

Foste a mais bela e a mais profunda companhia

Que fez sorrir e encantar o meu coração

Foste a perfeita igualdade: Tão pouco há que me anime

Na tristeza que sem ti ficou a minha vida.

Resta o meu jardim onde vejo em cada flor

A tua vida no desabrochar da tua infância

Em cada pétala de rosa o teu cheiro fresco da vida

Em cada grão de terra a tua luta, coragem, amor

Os vales trazem-me as tuas melodias de criança.

Na relva vejo ainda as tuas pegadas

Acredito que um dia a alegria voltará

Voltaram a sorrir os meus olhos das aladas

Névoas que o próprio tempo apaziguará.

Escrito por: Angelina Alves

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Extractos"




Quero unir todos os pedaços

Das nossas vidas

De cada palavra tua dita em verso

Guiar-me seguindo os passos

Que contigo foram dados com alegria

E, vou virar tudo do avesso...

Quero sentir o ar vindo do oceano

Banhar-me nas brumas quentes das areias do mar

Quero ser uma pomba branca que voa solta

Voar pelos céus percorrer o seu encanto

Oh! meu amor...Até poder-te encontrar

Beber o teu sorriso e trazeres-me de volta...

Acordar só quando estivéssemos juntos de novo

Como quando a vida nos uniu

Naquela primavera tão cheia de encanto

Subimos a todos os cumes, brindamos com o povo

Aquele que as portas abriu

Aquele que enterrou o nosso pranto

Quando de nós no cais se despediu...

Quero unir pedaços de palavras

Aquelas que uniram a argila e o orvalho, alegria amor

Aquelas que uniram a nossa vida

Que partida e repartida de vivencias inacabadas

De sonhos interrompidos, partidas e tanta dor

Lembrar-te! Ah o teu sorriso me extasia.

Deixo-me embalar nesta melodia de sonho

E, sem me desligar do mundo real que me atropela

E do cansaço da vida que tanto me dói

Eu uno todas as palavras e depois as solto ao vento

À terra, ao mar, e ao sol que por mim vela

Viverá para sempre o nosso amor nada o destrói

A nossa história viverá em todo o tempo...



Escrito por: Angelina Alves